Se tornou comum que os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) critiquem a imprensa por falar e ressaltar o número de mortos da pandemia a cada dia.
Para muitos a imprensa se tornou coveira, o que não é verdade.
Acontece que no jornalismo, em raras ocasiões de exceção, o que importa é a morte. A notícia é a morte já que a vida é um evento ordinário e a morte excepcional.
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Por exemplo, você não faz ligações diárias para parentes e amigos avisando que você e sua família estão vivos, mas faria no contrário.
Não vemos notícias diárias “Rainha Elizabeth acorda viva nesta sexta-feira, assim como nos dias anteriores”.
“As, mas porque não divulgam os números dos recuperados?”, questionam muitos.
Porque seria um grande desrespeito com os mortos. Imagine a manchete em outras tragédias:
“Barragem de Brumadinho se rompe e apesar dos mortos, a maior parte da cidade sobreviveu”.
“Tornado nos EUA destrói casas e deixa mortos, mas mis de 98% dos habitantes sobreviveu”.
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“Avião cai e todos morrem, mas na maioria das viagens de avião ninguém morre”.
É por isto: ignorar os mortos e focar nos que sobreviveram é, além de bizarro, desrespeitoso. Por isso no jornalismo o que vale é noticiar a morte. Não há qualquer perseguição ao presidente, só notícia.
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